Samson Q2U vs. Rode Podcaster
O microfone geralmente é o primeiro investimento de quem quer fazer um podcast. E, no último ano, muita gente que gravava narrações e entrevistas em estúdio percebeu a vantagem de ter alguns equipamentos básicos em casa.
Existem mil e uma opções de microfone no mercado, das mais básicas às mais extravagantes. Para quem está começando a se aventurar na produção e procura praticidade, as versões com conexão USB podem ser um bom caminho. Elas não são as mais usadas no cenário profissional (é mais comum a dupla mesa de som + microfone com conexão XLR), mas cumprem bem o seu papel. Basta conectar o mic ao computador, selecionar a entrada de áudio correta no software de gravação e apertar o REC. Pronto.
Por não exigirem uma interface de áudio, os microfones USB também ocupam menos espaço na mesa de trabalho e podem ficar sempre à mão, inclusive para serem usados em reuniões, aulas etc. Isso também é uma vantagem na hora de enviar o equipamento para produtores externos e correspondentes. Uma caixinha pequena já comporta o mic e seu cabo.
Dentre as opções USB, os microfones dinâmicos são os mais adequados para quem vai gravar em ambientes pouco controlados, sem tratamento acústico. Eles captam bem a voz e deixam de fora boa parte dos ruidinhos externos que podem atrapalhar a gravação.
Resolvi fazer um teste com dois microfones USB que tenho em casa: o Samson Q2U e o Rode Podcaster. O Samson foi o primeiro microfone que compramos para gravar a narração do 37 Graus. Hoje em dia é usado como reserva ou quando precisamos de um microfone de mesa para usar fora de casa (na casa de um entrevistado, por exemplo). Já o Rode Podcaster foi uma compra mais recente que fizemos para circular entre eventuais produtores externos.
Os dois têm semelhanças e diferenças, a começar pelo preço – o Rode Podcaster custa pouco mais que o dobro do Samson Q2U. Como as vozes soam diferente para cada microfone, fiz o teste com a minha voz e também com a do meu namorado, Samuel. Assim podemos ter uma noção melhor de como os mics se comportam para os graves e agudos.
As gravações foram feitas com um pop filter móvel (daqueles que você prende na mesa) em sala com tratamento para redução de ruídos externos e reverberação. Os dois microfones foram testados nas mesmas configurações de captação e com posicionamento semelhante: na diagonal da boca (apontando para ela), a cerca de um palmo de distância. Os áudios comparativos abaixo foram salvos em mp3 de alta qualidade (320Kbps).
Samson Q2U
Valor médio: entre R$ 600 e R$ 800.
Vantagens:
- Leve, pequeno e discreto;
- É vendido em kit podcaster, com um tripé, cabos USB e XLR, e uma espuma protetora para amenizar os p-pops (aquelas explosõezinhas de ar que nossa boca faz quando falamos palabras com p e b)
- Além da USB, tem entrada XLR (caso um dia você queira usá-lo com uma mesa de som ou acoplado no gravador);
- Como é leve e fácil de segurar, pode facilmente ser usado em uma captação externa (entrevista na rua, por exemplo) acoplado a um gravador.
Desvantagens:
- Captou mais ruído ambiente que o Rode Podcaster;
- Tanto o tripé como a espuma que acompanham são bastante simples, com aparência frágil;
- As vozes não soam muito “macias”.
Aqui vai também uma versão levemente tratada dos mesmos testes, para termos uma ideia de como ficaria o produto final.
Rode Podcaster
Valor médio: entre R$ 1.500 e R$ 1.700.
Vantagens:
- Robusto (você sente que é durável) e bonito;
- As vozes ficaram mais “macias” e limpas em comparação com o Samson.
Desvantagens:
- Pesado (requer um tripé ou braço articulado forte para sustentá-lo);
- Captação mais baixa que o Samson Q2U (mesmo colocando no máximo, o volume da voz ficou mais baixo).
Abaixo, uma versão levemente tratada das mesmas amostras.
Comentário final
A ideia aqui era mais apresentar duas opções de microfones USB do que declarar uma vencedora. Mas, no fim das contas, acho que vale notar que ambos podem ser boas escolhas a depender das necessidades e do orçamento do podcast.
Apesar do valor do Rode Podcaster ser mais que o dobro do Samson Q2U, não parece haver um abismo de qualidade na captação. Claro, ouvindo os testes com um bom fone de ouvido supra-auricular, o modelo da Rode soa mais agradável. Mas talvez a diferença não seja tão gritante para a maioria dos ouvintes.